sábado, 12 de abril de 2014

MECÂNICA ARTICULAR DO JOELHO

MECÂNICA ARTICULAR DO JOELHO (SÍNDROME PATELOFEMORAL)


O joelho é uma articulação sinovial que é formada por ossos como fêmur, tíbia e patela, dois meniscos (medial e lateral) que aumentam a congruência óssea e aumentam à área de distribuição de forças, músculos, além disto, possui quatro ligamentos LCA (ligamento cruzado anterior, LCP (ligamento cruzado posterior), LCM (ligamento colateral medial) e LCL (ligamento colateral lateral).
            “Considerando que os ossos fazem parte de um arranjo que suporta uma estrutura, estes possuem propriedades mecânicas próprias para cada tipo de solicitação exigida pelo corpo humano.” (LOFFREDO 2007).
            A articulação do joelho possui como movimentos “principais” extensão e flexão que são realizados por um conjunto de músculos são eles: quadríceps e isquiotibiais. Porém quando se encontra fletido e os pés fixos no solo podem gerar movimentos de rotação lateral e medial.
            A patela tem importante influência nos movimentos da articulação do joelho tendo como alguma de suas características melhorar a capacidade de potência durante a extensão do joelho isto ocorre devido ao ligamento que une a patela ao quadríceps.

A principal estrutura responsável por ativar as forças exercidas na patela é o músculo quadríceps da coxa, que tem como função controlar a posição da patela em relação à tróclea, por meio das fibras oblíquas de suas porções medial e lateral, sendo os músculos:vasto medial (VM) e vasto lateral (VL).( NOBRE, 2011, p.169).

            A articulação patelofemoral sofre uma lesão com alto grau de incidência conhecida como síndrome patelofemoral (SDPF) sua origem pode ocorrer por diversos fatores.

Sua etiologia é multifatorial, sendo a hipótese mais aceita para o seu desenvolvimento o mau alinhamento patelar. No entanto, outros fatores também podem contribuir para o aparecimento ou agravo da SDPF como a fraqueza do quadríceps2, alterações no alinhamento postural dos membros inferiores, especialmente relativas aos ângulos Q7 e do retropé8-10 e anormalidades na biomecânica da extremidade inferior como a eversão excessiva da subtalar8, menor ângulo de flexão do joelho, fraqueza da musculatura do quadril  além de excessiva adução e rotação interna do quadril. (PIAZZA, 2013, p.131).    


            A atrofia e a diminuição da força do quadríceps são os sintomas mais comuns que acometem tal lesão, promovendo desequilíbrio entre a parte lateral e medial dos músculos extensores do joelho.
Este quadro resulta em limitações funcionais importantes como subir e descer degraus, agachar ou ajoelhar, permanecer sentado por tempo prolongado. Além disso, inflamação e dor podem gerar inibição muscular artrogência agravando o processo de irritaçãona articulação, com conseqüente aumento das limitações funcionais, independente dos achados radiológicos e artroscópicos.(SIQUEIRA, 2012 p.401).

Segundo (PAWELS 1980) “o stress proporcionado pelo peso corporal sobre o osso é diferente nas diversas posições corporais variando também a ação muscular.”
            A articulação do joelho mais especificamente a patelofemoral é afetada pela forma com que é realizado o agachamento quando o joelho ultrapassa as pontas dos pés e quando não ultrapassa. O fato de o joelho não ultrapassar as pontas dos pés faz com que preserve mais as estruturas musculoesqueléticas da região.

                                    Não passar o joelho da linha do pé diminui a força de compressão  patelofemoral, podendo assim levar a uma menor solicitação mecânica dessa articulação. O torque no quadril também aumentou durante a condição em que o joelho ultrapassa o tornozelo, o que, de forma análoga, pode levar a uma maior sobrecarga lombar nesta condição. (HIRATA, 2007, p.125).   

            De acordo com os dados acima podemos concluir que a síndrome patelofemoral tem como fator principal a atrofia muscular do quadríceps. Por isso a prática de atividade física orientada é fundamental para adquirir benefícios contra tal lesão.


Professor Luiz Otávio de Souza Marinho

REFERÊNCIAS
HIRATA, RP; DUARTE, M. Efeito da posição relativa do joelho sobre a carga mecânica interna durante o agachamento. Rev. bras. fisioter.,  São Carlos ,  v. 11, n. 2, Apr.  2007 
LOFFREDO, M.C. M.; FERREIRA, I. Resistência mecânica e tenacidade à fratura do osso cortical bovino. Revista Brasileira de Engenharia Biomédica, v.23, n.2, p.159-168, 2007.

NOBRE, Thatiana Lacerda. Comparação dos exercícios em cadeia cinética aberta e cadeia cinética fechada na reabilitação da disfunção femoropatelar. Fisioter. mov. (Impr.),  Curitiba ,  v. 24, n. 1, Mar.  2011. 
PAUWELS, F. Biomechanics of locomotor apparatus. Springer-Verlag, Berlin, 1980.
PIAZZA, Lisiane et al . Avaliação isocinética, dor e funcionalidade de sujeitos com síndrome da dor patelofemoral. Fisioter. Pesqui.,  São Paulo ,  v. 20, n. 2, June  2013 .
SIQUEIRA, Daniela Abrahão; BARAUNA, Mário Antônio; DIONISIO, Valdeci Carlos. Avaliação funcional do joelho em portadores da síndrome da dor femoropatelar (SDFP): comparação entre as escalas KOS e IKDC. Rev Bras Med Esporte,  São Paulo ,  v. 18, n. 6, Dec.  2012 .

            

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